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apresentacao
Estrelas do Mar
fortificações costeiras de Portugal continental
apresentação
«O mar é o caminho para minha casa.»
Sophia de Mello Breyner Andresen, “A Casa do Mar”
Histórias da Terra e do Mar, 1984
O
mais certo, com as fronteiras que voltam, é que seja difícil ir
longe.
Decidimos
assim ficar por perto, olhando de novo o que nos é próximo.
Vamos
devagar.
Propomo-nos
percorrer integralmente a costa continental de Portugal.
De
Caminha a Castro Marim.
O
objectivo é (re)conhecer — (re)descrevendo, (re)desenhando,
(re)fotografando — em chave arquitectónica o conjunto de
fortalezas e de estruturas defensivas da nossa "fronteira"
atlântica.
Da
foz do Minho à do Guadiana, pela costa, seguiremos o caminho que
arquitectos e engenheiros antigos tomaram antes de nós, de Miguel de
Arruda a José de Sande Vasconcelos, a cavalo entre o espírito do Inquérito à Arquitectura Popular em Portugal (1955/61)
e do Bunker
Archéologie (1958/67).
Chamámos-lhes, às fortalezas, Estrelas do Mar.
São
edifícios de borda d'água, fortes, fortins, castelos, baterias,
revelins, cidadelas, a que puseram nomes de santos.
Sem
pés ambulacrários nem perfeitas geometrias radiais, temos mesmo
assim por estas estrelas de alvenaria o mesmo carinho aventureiro das
crianças.
Aprenderemos
com os seus pátios, rampas, escadas, com a espessura do cheio das
suas muralhas, com os pequenos vãos.
Levaremos
coisas antigas, escadas e papéis que nos apresentem e peçam favores
de visita, e coisas novas, drones, para mostrar a quem quiser ver
como são por cima e pelo lado do mar.
Levamos
connosco as crianças.